domingo, 30 de setembro de 2007

Aquilo que, por enquanto, não faz sentido


Queria tomar um chimarrão caipira e desfrutar de um delicioso acarajé francês. Ouvir atabaques de umbanda na China. Não falar com conhecidos e confiar em estranhos. Andar sem destino. Tomar banho de rio no oriente médio e conhecer um astronauta no Saara.
Queria, também, correr em Moscou e dar uma passada pela cena underground de Londres. Topar com John Lenon seria até interessante. Acreditar que o mundo tem solução. Chorar de alegria e sorrir de desgosto. Sentir-me feliz com companhia e chorar sozinho. Subir nos andes e descer correndo. Ir ao Alasca e morrer de calor. Estar na Jamaica entulhado de roupas.
Na Polônia entoar lamentações familiares. Na Alemanha tomar vinho. Na Itália cerveja. Conhecer Los Angeles e se negar a fazer o mesmo com Holywood. Pedir informações do Bin Laden nos EUA. Presentear Marilyn Manson com um crucifixo. Contrariar Marx e apoiar Smith. Buscar o novo e destruir o velho. Enfim, acabar com essa obsolescência anacrônica.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

... It's only word...


“ ele olhou pra ela e disse:
-Tchau
Mas a sensação que fico não era a de desespero como antes
Era uma sensação de certeza
De que por mais que tentassem
Não se separariam”
Olheiras consomem meus olhos como o wisky o faz com fígado do escritor. Paro e recolho-me à cama, mas a insônia terrível que tanto me angustia não me permite o prazer do sono. Levanto, olho a rua vazia. Dizem que a noite deserta guarda os mais depravados segredos. Quando mais jovem, sonhava em correr à noite pela calmaria das ruas. Nunca criei coragem suficiente.
Aliás, minha coragem sempre foi tão limitada. Mas hoje não me arrependo das coisas que não fiz, mas das que fiz, e fiz mal feita. Também não foram tantas assim. Poderiam ter sido mais, mas tive preguiça. Essa mesma preguiça que agora me faz voltar à cama. Deito. Na minha frente: o teto. Por incrível que pareça, durmo. Sonhar seria pedir demais.