quarta-feira, 5 de setembro de 2007

... It's only word...


“ ele olhou pra ela e disse:
-Tchau
Mas a sensação que fico não era a de desespero como antes
Era uma sensação de certeza
De que por mais que tentassem
Não se separariam”
Olheiras consomem meus olhos como o wisky o faz com fígado do escritor. Paro e recolho-me à cama, mas a insônia terrível que tanto me angustia não me permite o prazer do sono. Levanto, olho a rua vazia. Dizem que a noite deserta guarda os mais depravados segredos. Quando mais jovem, sonhava em correr à noite pela calmaria das ruas. Nunca criei coragem suficiente.
Aliás, minha coragem sempre foi tão limitada. Mas hoje não me arrependo das coisas que não fiz, mas das que fiz, e fiz mal feita. Também não foram tantas assim. Poderiam ter sido mais, mas tive preguiça. Essa mesma preguiça que agora me faz voltar à cama. Deito. Na minha frente: o teto. Por incrível que pareça, durmo. Sonhar seria pedir demais.

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