domingo, 23 de janeiro de 2011

Acorda!

7 da manhã e ele não dormia. Pegar sono era dar chance para que a memória se perdesse. Afinal, vinho e uma boa história de sábado a noite podem alterar toda a realidade. Ou então banir de vez da cabeça o que havia se passado.

De pés para o alto, deitado sobre a cama e com os fones nos ouvidos. Era dessa forma que ficava. Talvez, o tempo parasse. Era isso que queria: que o tempo permanecesse quieto. Desde que a música continuasse a tocar. E foi aí, que ele descobriu que não podia ter tudo!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Experimente



A vida é um sorvete. Tipo daqueles de casquinha que se compra no McDonald’s (gordura é com eles mesmos). Todo sorvete começa com cobertura e cheio de polpa. Aos poucos, ele vai diminuindo. Gela o dente e refresca. Quando chega na casquinha, o sabor recebe uma textura mais consistente. A facilidade para comer já não é mais a mesma. Obstáculos se impõem.

O sorvete se parece com a vida, porque experimentamos várias sensações. Aos poucos, vai acabando e, quase sempre a gente nem se dá conta. Vai consumindo, às vezes rapidamente, em outras, se degusta com zelo. Pra alguns, acaba cedo, pra outros parece nunca terminar. Em todo caso, todos concordam que engorda!

domingo, 16 de janeiro de 2011

O sonho explica!



O sonho é a manifestação de um desejo, diria Freud. Mas não de um desejo que explique logo de ‘cara’ a que veio. Não. Pelo contrário. Os Sonhos nos enganam. Pregam-nos peças. Confundem nosso consciente. É mais ou menos como se eles dissessem “Eu vim para te explicar, mas não pensa que é fácil”. Na minha imaginação, sempre idealizei que os sonhos estavam sobre um palco. Tipo atores. Lá no alto, eles desejam passar uma mensagem, mas quase sempre por tabela.

Lendo a “Interpretação dos Sonhos” comecei a fazer uma espécie de auto-análise (amadora é claro, e devo tá fazendo o velho Freud se revirar no túmulo). Mas a verdade é que tem funcionado. Os sonhos são desejos que nem meu próprio consciente seria capaz de imaginar. Descobri que desejo voar. Que não desejo cair no precipício enquanto ando de bicicleta, por isso, acordo. E que é preciso amadurecer, mesmo na tragédia.

OBS.: A minha fascinação pelos sonhos não vem dos meus próprios pensamentos inconscientes, mas da arte. Não me esqueço quando vi a primeira obra de Salvador Dali. Havia uma loucura transitória na pintura. Algo que não era real e que, após um tempo de análise, dava um desejo louco de acordar, sem ao menos estar dormindo!