Eles queriam coisas diferentes, mas ao mesmo tempo se queriam. Pararam e pensaram cada um por si, e acharam melhor dar um fim. Já não mais se acertavam. Ambos precisavam um do outro, mas a necessidade era diferente. Ele já não agüentava mais ter que se dar prazer toda a vez que ela virava o rosto para o lado oposto ao seu, na cama. Ela já não suportava esperar sozinha, com jantar e vinhos preparados, e perceber que ele além de chegar tarde, não dera bola para a mesa e as velas acesas.
Já não tinham horários compatíveis. Ela queria aquele sarau de poesia, no domingo à tarde. Ele não dispensava a cerveja com os amigos. Ela preferia à matemática, enquanto ele se debruçava nos livros de contos contemporâneos. Ele queria pular de asa delta. Ela ficar esfregando os pés por debaixo do coberto, naquela manhã de sábado.
Eles se queriam, mas já não havia saco um para o outro. No dia do ponto final, ele suspirou e ela acenando com a cabeça concordou. Pela última vez chegaram a um consenso. Nem se lembravam mais quando isso aconteceu da última. Ele pensou: “foi naquela noite, há uns seis meses atrás, quando na praia rolou de tudo, como seria bom se fosse sempre assim”. Já ela imaginou de quando, em plena serra, comendo fondue e tomando vinho dormiram agarrados, apenas dormiram, ao calor da lareira.
Ainda bem que não falaram seus pensamentos, porque com o silêncio, acabaram felizes. Acreditando que no final chegaram a uma via comum.
Um comentário:
um ponto final...
nada como o silêncio
o término
Texto bem amarrado...parábens
quem dera eu, escrever como você!!!
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