quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Marcel Proust me entenderia
domingo, 18 de dezembro de 2011
A pele que obsessivamente habito
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Uma pseudo-quarta-feira qualquer
Eu vejo, por detrás do vidro, o verde das árvores que insistem em permanecer retas, mesmo com o vento. O sol joga os raios sobre os galhos. E a planta parece simplesmente lagartear. Talvez eu quisesse ser uma planta, vida calma. Mas apenas talvez.
Hoje é pseudo-quarta-feira. Sim, meio sexta. Daquelas semanas em que o fim chega antes. E eu vou viajar. Voltar aos tempos de infância na minha terra do nunca. A diferença é que lá não dá pra ser eternamente criança.
Escrevo isso porque tenho pensado em você e não somos mais crianças. Não, não nutro expectativas de volta. Mas, mesmo assim, tenho pensado em você e é estranho isso. Pensei no feriado que se aproxima e em como gostaria de não viajar, em ficar por aqui. Comer chocolate com você, ficar com você, ter você.
Doidos pensamentos. Não vai acontecer. Sou teimoso. Afinal, como diria Caio: “constantemente sinto saudade das coisas que perco, mas não as quero de volta. Já doeu uma vez”.
Lá fora, o vento, o sol e as plantas permanecem. Enquanto aqui dentro eu tento te varrer pra junto das plantas.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Sobre poesia e inflamações
Já disseram que devia partir pra uma próxima e que a melhor coisa a fazer era parar de pensar naquilo. Falar de fora é sempre mais fácil. O que ninguém sabia era que doía. E era incontrolável, irracional e, para ele, era patético. Tão pateticamente incontrolável.
Por causa dele, não parava de ouvir música antes de dormir. A música talvez flutuasse a mente, mas não era duradouro, era inconstante, quando se precisava de constância. No sono, as imaginações voltavam. Belos sonhos viravam grandes pesadelos ao acordar, e ele não queria acordar. Viver sem, era a pior parte.
Revirava livros em busca de explicações que não vinham. Ouviu um dia que melhor que ser amado era amar. Rio de canto de boca e imaginou quem havia sido o idiota que disse isso. Virginianos preferem o controle.
Lembrou, então de Camões, aquele das aulas de Ensino Médio. “Amor é ferida que dói e não se sente”. E teve a certeza que essa era a melhor definição. A dor não física, mas psicológica, a mais distorcidas das emoções, o mais delirante dos desejos. Na manhã de domingo, refletiu. A poesia não cura, mas alivia. Era como um anti-inflamatório.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Virginianos são teimosos?
Mas o fato é que nos últimos dias a teimosia tem se mostrado mais teimosa. Sou tão teimoso que quero algo que não posso ter e que, se talvez tivesse, não quisesse tanto. Sou tão teimoso que não entendo que algumas coisas são difíceis de mudar. Teimoso pra entender que as vezes é preciso ceder e que nem todo sentimentos é eterno.
Enfim, sou tão teimoso que nem mesmo após as minhas próprias conclusões consigo apagar de mim a ideia de que tudo que falei até agora pode ser apenas um engano. As probabilidades são poucas, mas as esperanças são muitas. Tá aí, talvez mais que teimoso, eu seja apenas um esperançoso.